Educação a Distância

 

A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E O PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM

 

 

Ana Amélia de Moura Dias

Graduação em Biologia pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (2011) , especialização em Psicopedagogia Clínica e Institucional pela Faculdade de Juazeiro do Norte (2014) e ensino-medio-segundo-grau pela E.E.F.M Rdo Moacir de Alencar Mota (2005) . Atualmente é COORDENADORA da E.E.F JOSÉ DANIEL.

 

 

 

RESUMO

 

 

Os cursos a distância que se iniciarem na Idade Antiga com envio de cartas e registros em manuscritos, que continham informações pessoais e instruções científicas, foram favorecidos pelos avanços tecnológicos e pela segurança oferecida pelas universidades, no Brasil, o reconhecimento pelo MEC (Ministério da Educação e Cultura) foi fundamental para o crescimento da EaD (Educação a Distância). No primeiro capítulo estão destacados alguns conceitos básicos sobre a Educação a Distância, que é resultado de um processo que supera o tempo e o espaço e faz uso de tecnologias na realização de sua prática. Dados históricos e as cinco gerações definidas por Moore e Kearsley (2008, p. 26) compõem o segundo capítulo. A história da EaD (Educação a Distância) no Brasil  está contemplada no terceiro capítulo, desde o seu inicio em 1923 com a fundação da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro por Edgard Roquette Pinto, até os dados estatísticos referentes ao expressivo aumento da procura pelos cursos a distância. O estudo sobre a EaD (Educação a Distância) deve ser contínuo, pois há muitas informações e os números mudam frequentemente, além do tema ofertar um aprendizado significativo.

 

Palavras chaves: Educação a Distância, tecnologia, mundo, Brasil

 

 

 

ABSTRACT

 

 

The distance courses that began in the Old Age with letters and records in manuscripts, containing personal information and scientific instructions, were favored by the technological advances and the security offered by the universities in Brazil, the recognition by the Ministry of Education And Culture) was fundamental to the growth of Distance Learning. In the first chapter are highlighted some basic concepts about Distance Education, which is the result of a process that exceeds time and space and makes use of technologies in the implementation of its practice. Historical data and the five generations defined by Moore and Kearsley (2008, p.26) make up the second chapter. The history of distance education in Brazil is covered in the third chapter, from its inception in 1923 with the foundation of Radio Society of Rio de Janeiro by Edgard Roquette Pinto, to statistical data referring to the significant increase in demand for courses The distance. The study on Distance Education (ED) should be continuous because there is a lot of information and numbers change frequently, as well as the topic of meaningful learning.

 

Keywords: Distance Education, Technology, World, Brazil

 

 

 

 

 

INTRODUÇÃO

 

Falar sobre a EaD (Educação a Distância) é fazer referência a uma modalidade de ensino que vem se firmando do cenário educacional a cada ano. Apesar de professores e alunos, não estarem presentes diariamente no mesmo espaço, a qualidade do ensino, os compromissos atribuídos aos atores desse processo são cumpridos satisfatoriamente. 

 

Os cursos a distância que se iniciarem na Idade Antiga com envio de cartas e registros em manuscritos, que continham informações pessoais e instruções científicas, foram favorecidos pelos avanços tecnológicos e pela segurança oferecida pelas universidades, no Brasil, o reconhecimento pelo MEC (Ministério da Educação e Cultura) foi fundamental para o crescimento da EaD (Educação a Distância).

 

Tendo por fundamento para este artigo, principalmente, as pesquisas na internet, no primeiro capítulo estão destacados alguns conceitos básicos sobre a Educação a Distância, que é resultado de um processo que supera o tempo e o espaço e faz uso de tecnologias na realização de sua prática. Nesse processo, o estudante tem fortalecida sua autonomia, o domínio de conteúdos, a formação de sua consciência crítica. Como também sua obrigatoriedade com os alunos.

 

Dados históricos e as cinco gerações definidas por Moore e Kearsley (2008, p. 26) compõem o segundo capítulo. São elas: primeira geração: correspondências; segunda geração: rádio e televisão; terceira geração: novas tecnologias; quarta geração: teleconferência e a quinta geração: computador e internet.

 

A história da EaD (Educação a Distância) no Brasil  está contemplada no terceiro capítulo, desde o seu inicio em 1923 com a fundação da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro por Edgard Roquette Pinto, até os dados estatísticos referentes ao expressivo aumento da procura pelos cursos a distância.

 

A bibliografia consultada é um convite para que o estudo sobre a EaD (Educação a Distância) seja contínuo, pois há muitas informações e os números mudam frequentemente, além do tema ofertar um aprendizado significativo.   

 

 

 

 

A EaD (EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA) – alguns conceitos

 

EaD (Educação a Distância) é um segmento educacional que se caracteriza pelo uso de tecnologias que não une professores e alunos  no ambiente presencial, ou seja, estão separados espacial e/ou temporalmente.

 

VIEIRA (2003, p. 21) apud MACHADO (2015) afirma que:

 

A Educação Aberta e a Distância é um processo no qual professores e estudantes buscam a informação, visando à construção do conhecimento, a partir das experiências e dos interesses de ambos, em espaços e tempos síncronos e assíncronos, através de um sistema de aprendizagem mediado por diferentes meios e formas de comunicação. Assim, na EAD, a interatividade entre os atores envolvidos é indireta e mediatizada por uma combinação de meios tecnológicos e linguagens de comunicação. [1]

 

Isso significa dizer que a EaD (Educação a Distância) se realiza na forma em que todos os participantes iniciem e terminem o curso em datas determinadas e realizem atividades em horários específicos, como pode ser completado conforme a disponibilidade do participante.

 

A EaD (Educação a Distância) não é algo novo proporcionado pelos avanços tecnológicos, ao contrário essa modalidade educacional data de muitos anos. Não se pode ficar indiferente, é claro, a praticidade ofertada pelas mídias, mas desde o surgimento da leitura e da escrita que outros instrumentos eram utilizados na realização dessa prática.

 

Importante afirmação de VALENTE e MATTAR (2007, p.19) apud VILAÇA (2010), confirmam que o distanciamento físico entre os participantes “não implica em distanciamento humano”. Os autores prosseguem afirmando que “a EaD (Educação a Distância), portanto, possibilita a manipulação do espaço e do tempo em favor da educação” (p.20).

 

TORI (2010) apud VILAÇA (2010), aponta que a EaD (Educação a Distância), na verdade, possibilita eliminar distâncias, principalmente se considerarmos as potencialidades da internet. O autor discute o emprego de tecnologias interativas na redução de distâncias em situações de ensino e aprendizagem.

 

Em resposta a pergunta: “o que é a EaD (Educação a Distância)?”  É uma modalidade de ensino em que professores e alunos não ocupam o mesmo espaço físico.  Para BELLONI, 2009 apud VILAÇA (2010) “A sigla EaD é empregada tanto para Educação a Distância quanto para Ensino a Distância”

 

Há inúmeros outros conceitos e definições relacionados à EaD (Educação a Distância). Vejamos alguns, conforme relatos feitos por ALVES (2011):

 

  • Educação a Distância é uma forma sistematicamente organizada de auto-estudo onde o aluno instrui-se a partir do material de estudo que Ihe é apresentado, o acompanhamento e a supervisão do sucesso do estudante são levados a cabo por um grupo de professores. Isto é possível através da aplicação de meios de comunicação, capazes de vencer longas distâncias (Dohmem,1967);
  • Educação/ensino a distância é um método racional de partilhar conhecimento, habilidades, atitudes, através da aplicação da divisão do trabalho e de princípios organizacionais, tanto quanto pelo uso extensivo de meios de comunicação, especialmente para o propósito de reproduzir materiais técnicos de alta qualidade, os quais tornam possível instruir um grande número de estudantes ao mesmo tempo, enquanto esses materiais durarem. É uma forma industrializada de ensinar e aprender (Peters,1973);
  • Ensino a distância pode ser definido como a família de métodos instrucionais onde as ações dos professores são executadas à parte das ações dos alunos, incluindo aquelas situações continuadas que podem ser feitas na presença dos estudantes. Porém, a comunicação entre o professor e o aluno deve ser facilitada por meios impressos, eletrônicos, mecânicos ou outro (Moore, 1973);
  • O termo Educação a Distância esconde-se sob várias formas de estudo, nos vários níveis que não estão sob a contínua e imediata supervisão de tutores presentes com seus alunos nas salas de leitura ou no mesmo local. A Educação a Distância beneficia-se do planejamento, direção e instrução da organização do ensino (Holmberg,1977);
  • O autor define a Educação a Distância como a separação física entre professor e aluno, que a distingue do ensino presencial, comunicação de mão dupla, onde o estudante beneficia-se de um diálogo e da possibilidade de iniciativas de dupla via com possibilidade de encontros ocasionais com propósitos didáticos e de socialização (Keegan em 1991);
  • A Educação a Distância, no sentido fundamental da expressão, é o ensino que ocorre quando o ensinante e o aprendente estão separados (no tempo ou no espaço). No sentido que a expressão assume hoje, enfatiza-se mais a distância no espaço e propõe-se que ela seja contornada através do uso de tecnologias de telecomunicação e de transmissão de dados, voz e imagens (incluindo dinâmicas, isto é, televisão ou vídeo). Não é preciso ressaltar que todas essas tecnologias, hoje, convergem para o computador (Chaves, 1999).

 

No Brasil, acentua ALVES (2011) que o conceito de Educação a Distância é definido pelo Art 1º, Decreto nº 5.622 de 19 de dezembro de 2005:

 

Educação a Distância como modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação (BRASIL, 2005)

 

Ainda previsto neste Artigo estão às seguintes obrigatoriedades: avaliações de estudantes; estágios obrigatórios, quando previstos na legislação pertinente; defesa de trabalhos de conclusão de curso, quando previstos na legislação pertinente e atividades relacionadas a laboratórios de ensino, quando for o caso.

 

É importante destacar que a Educação a Distância é efetivada através do intenso uso de tecnologias de informação e comunicação, podendo ou não apresentar momentos presenciais (MORAN, 2009 apud ALVES, 2011).

 

A EaD (educação a Distância) é resultado de um processo que supera o tempo e o espaço e faz uso de tecnologias na realização de sua prática. Nesse processo, o estudante tem fortalecida sua autonomia, o domínio de conteúdos, a formação de sua consciência crítica.

 

No que se refere à aprendizagem autônoma CARVALHO (1994) destaca que ao aluno é permitido ao aluno aprender melhor e buscar maior aprofundamento nos assuntos de seu interesse, uma vez que o professor, diante das exigências curriculares institucionais e o tempo disponível, desenvolve conteúdo considerado essencial; contribui para enriquecer os conhecimentos dos alunos; o aluno aprende a se libertar da dependência do professor e passam a descobrir formas alternativas de construir o conhecimento.

 

 

 

EaD (EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA): considerações históricas

 

A Educação a Distância tem como exemplo inical, o anúncio publicado na Gazeta de Boston, no dia 20 de março de 1728, pelo professor de taquigrafia Cauleb Phillips. Essa publicação marcou uma nova era na arte de ensinar.

 

O Século XIX, precisamente no ano de 1833, fazia referências ao ensino por correspondência. Isaac Pitman trocava cartões postais com seus alunos, nos quais resumia os princípios da taquigrafia (método abreviado ou simbólico de escrita), em 1840. 

 

A primeira escola por correspondência foi fundada Em 1856, em Berlim, Charles Toussaint e Gustav Langenscheidt e era destinada ao ensino de línguas. Sendo que no ano de 1873, em Boston, Anna Eliot Ticknor criou a Society to Encourage Study at Home e em 1891, Thomas J. Foster iniciou em Scarnton (Pensilvânia) o International Correspondence Institute, com um curso sobre medidas de segurança no trabalho de mineração.

 

Tudo valeu como incentivo para que os professores da Universidade de Wisconsin, em 1891, organizassem um curso por correspondência nos serviços de extensão universitária. Como também, no mesmo ano, a Universidade de Chicago criasse uma Divisão de Ensino por Correspondência no Departamento de Extensão daquela Universidade.

 

Em Oxford constituiu-se duas turmas de formação por correspondência em 1895, já no ano de 1898 a Suécia ofereceu o primeiro curso por correspondência, dando início ao famoso Instituto Hermod.

 

Desde então, a Educação a Distância vem conquistando mais espaços, graças aos avanços tecnológicos e a cada dia surgem mais alunos, pela comodidade, pelos materiais ofertados, pela dinâmica das aulas, enfim são vários os fatores que contribuem para que essa modalidade de ensino aprendizagem se aprimore e se firme no cenário educacional.

 

A esses cursos são atribuídos baixo custo e, por se tratar de cursos semipresenciais, não são necessários despesas excessivas com deslocamentos, pois existem consórcios, onde Faculdades, Universidades e Centros tecnológicos são cadastrados.

 

A EaD (Educação a Distância) é considerada como recordista em crescimento no mundo inteiro, isso se deve ao fato do baixo custo, a credibilidade e eficácia do ensino, consequentemente mais adeptos surgem a cada dia.

 

Vale destacar que a  EaD (Educação a Distância), acompanha satisfatoriamente a evolução das tecnologias de comunicação, o que antes eram apenas aperfeiçoamento de cursos profissionalizantes, hoje oferta com autonomia e qualidade uma graduação completa.

 

Do início do século XX até a Segunda Guerra mundial, várias experiências foram adotadas, sendo possível melhor desenvolvimento das metodologias aplicadas ao ensino por correspondência. Depois, as metodologias foram fortemente influenciadas pela introdução de novos meios de comunicação de massa[2]

 

A expansão dos cursos a distância, em nenhum momento, comprometeu a qualidade do ensino, ao contrário, estimulou o uso das mídias, cada vez mais avançadas, nas áreas de informação e comunicação que estão abrindo novas possibilidades para os processos de ensino aprendizagem à distância.

 

O final da Primeira Guerra Mundial trouxe a necessidade de novos incentivos educacionais para atender a demanda, razão essa que motivou a melhoria de serviços prestados à população como: O aperfeiçoamento dos serviços de correio, a agilização dos meios de transporte e, sobretudo, o desenvolvimento tecnológico aplicado ao campo da comunicação e da informação. Sem dúvida, essas ações abriram espaços para que muitas instituições adotassem a modalidade de ensino a distância.

 

Para melhor fomentar a história da EaD , é importante mostrar as gerações do ensino a distância, conforme resumo publicado por MACHADO (2015) que confirma o pensamento Moore e Kearsley (2008, p. 26):

 

  • 1ª geração (1880 até 1970) - Correspondência – o estudo por correspondência foi motivado pelas possibilidades oferecidas pelo serviço postal. O aluno estudava em casa. Proporcionou o fundamento para a educação individualizada a distância;
  • 2ª geração (1934) - Rádio e Televisão – iniciaram-se as operações de ensino a distância pela televisão, quando a State University of Iowa produzia aulas sobre higiene oral e astronomia. A transmissão por rádio e televisão teve pouca ou nenhuma interação de professores com alunos, exceto quando relacionada a um curso por correspondência. Porém, agregou as dimensões oral e visual à apresentação de informações aos alunos a distância;
  • 3ª geração (1960) - Novas Tecnologias – com a utilização de novas tecnologias para o ensino a distância, o ensino superior percebeu a necessidade de migrar alguns cursos para esta nova modalidade. A universidade aberta surgiu de experiências norte-americanas que integravam áudio/vídeo e correspondência com orientação face a face, usando equipes de cursos e um método prático para a criação e veiculação de instrução em uma abordagem sistêmica que tinha por objetivo agrupar as tecnologias atuais de educação e adequá-las ao ensino a distância;
  • 4ª geração (1980) - Teleconferência – surgiu nos Estados Unidos. Era um método apreciado especialmente para treinamento corporativo. Perceberam nele a possibilidade de um ensino que se aproximava da entidade física “sala de aula”;
  • 5ª geração (1990) - Computador e Internet – classes virtuais online com base na internet têm resultado em enorme interesse e atividade em escala mundial pela educação a distância, com métodos construtivistas de aprendizado em colaboração, e na convergência entre texto, áudio e vídeo em uma única plataforma de comunicação, favorecendo, assim, maior interação por meio de chats, fóruns e mídias em geral relacionadas ao computador (CD-ROM, Vídeos, Áudio, Imagens).

 

Com o passar do tempo, a cada momento histórico a Educação a Distância se firma como uma modalidade de ensino essencial para muitos que não tiveram ou não tem oportunidade de cursar o ensino regular.

 

Isso não se dá somente em países em desenvolvimento, mas também nos países industrializados e, há cursos bastante complexos, que atendem as exigências do mercado de trabalho.

 

O sistema Universidade Aberta oferece somente curso a distância, inclusive profissionalizante, não compromete o desenvolvimento das habilidades profissionais, tão pouco minimiza a capacidade do aluno de ter uma carreira de sucesso.

 

 

 

A EaD (EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA) no Brasil

 

Um pouco antes de 1900 já há indícios de que jornais no Rio de Janeiro ofereciam profissionalização por correspondência. Também no Rio de Janeiro em 1923 foi fundada a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro (fundador Edgard Roquette Pinto), que tinha como objetivo era a de possibilitar a educação popular, através de um sistema considerado moderno de difusão do que  acontecia no Brasil e no Mundo.

 

A partir dessa época, os programas educativos se multiplicavam e eram propagados em outras regiões, não só do Brasil, como em diversos países do continente americano.

 

No Brasil em relação aos cursos a distância vale destacar datas que são de grande relevância para a história da EaD, além dessa já citada anteriormente, segundo CENTA (2016):

 

  • Em 1934 foi criada a Radio Escola Municipal do Rio, e neste projeto os estudantes recebiam folhetos e esquemas de aulas por correspondência e ouviam as aulas pela estação de radio;
  • Em 1939 surge em São Paulo o instituto Monitor, precursor dos cursos profissionalizantes por correspondência;
  • Em 1941 surge o Instituto Universal Brasileiro fundado por um ex-sócio do Instituto Monitor, também oferecendo cursos profissionalizantes, desde mecânica de automóveis a técnicos em geral;
  • 1947 - Universidade do Ar – fundada por SENAC e SESC e emissoras associadas;
  • 1970 Projeto Minerva;
  • 1977 Telecurso – da Fundação Roberto Marinho;
  • No inicio dos anos 2000 passamos ao que denomino a terceira geração, com aulas ao vivo via satélite, e neste período começam as novas regulamentações desta modalidade de ensino.

 

Como se percebe a EaD (Educação a Distância) no Brasil passou  pela fase da correspondência, do rádio, da televisão até chegar a internet. Segundo ALVES  (2009, p. 9):

 

A trajetória da EaD no Brasil é marcada por avanços e retrocessos, e ainda, alguns momentos de estagnação, provocados principalmente pela ausência de políticas públicas para o setor. De acordo com mesmo autor, existem registros que colocam o Brasil entre os principais do mundo no que se referia à EaD até os anos de 1970. Depois dessa época o Brasil estagnou e outras nações avançaram e, somente no fim do milênio é que as ações positivas voltaram gerando desenvolvimento considerável nesta modalidade educacional.[3]

 

No Brasil a EaD (Educação a Distância) está fundamentada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996) que foi regulamentada pelo Decreto n.º 5.622, publicado no D.O.U. (Diário Oficial da União) de 20/12/05. Neste Decreto consta a obrigatoriedade os momentos presenciais para avaliação, estágios, defesas de trabalhos e conclusão de curso. Inclusive é aceito nas instituições que ofertam cursos a distância transferência e aproveitar estudos realizados em cursos presenciais, da mesma forma que cursos presenciais poderão aproveitar estudos realizados em cursos a distância.

 

O Artigo 80 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) também contempla o ensino a distância: “O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada”. Assegurando no Parágrafo  a regulamentação pela União dos requisitos para a realização de exames e registro de diploma relativo a cursos de educação a distância.

 

Deve-se mencionar que O professor Sérgio Guidi foi um dos pioneiros no ensino a distância pública no Brasil, mantendo no período de 1988 a 1993 o em São Paulo, cursos de atualização em Português Instrumental a Distância. Destinava-se a profissionais que tinham na língua portuguesa ferramenta de trabalho, para aqueles que não podiam frequentar uma escola regular.

 

As exigências do mercado de trabalho, que buscam profissionais qualificados, contribuíram bastante para o aumento nos cursos da EaD (Educação a distância).

 

Vejamos outros motivos que determinou a expansão dos cursos a distância, conforme publicação disponível em www.ead.com.br:

 

  • Vantagens para o aluno: comodidade, flexibilidade de horários, economia de tempo e mensalidades mais baratas são alguns dos atrativos da modalidade EAD responsáveis pelo número cada vez maior de estudantes que optam por esta modalidade.
  • Reconhecimento do MEC: para oferecer cursos superiores EAD, as instituições devem obter o credenciamento junto ao Ministério da Educação (MEC) e, uma vez criado, os cursos a distância passam pela mesma avaliação aplicada em cursos presenciais. O diploma obtido em curso superior a distância reconhecido pelo MEC vale tanto quanto o presencial.
  • Programas do Governo: o Programa Universidade para Todos (ProUni), que oferece bolsas de estudos em faculdades particulares inclui a modalidade EAD. A Universidade Aberta do Brasil (UAB), que é gratuita, tem contribuído para que o ensino de qualidade chegue a cada canto do país, principalmente com cursos de licenciatura e capacitação de professores.

 

Porém, é importante não esquecer que as universidades devem oferecer “20% da grade curricular em atividades presenciais. Isso pode se traduzir em encontros para apresentação de trabalhos, provas finais, aulas em laboratório ou aulas de integração” (.www.ead.com.br)

 

Para o ano em curso a Associação Brasileira de Ensino a Distância (ABED), estima que os cursos da EaD (Educação a Distância) tiveram um acréscimo de 25% em suas matrículas em relação ao ano de 2015.

 

Recentemente no relatório da Docebo, E-learning Market Trends and Forecast 2014/2016, o Brasil é mencionado como o país que mais cresce em relação a EaD (Educação a Distância) na América Latina, uma média de 21,5% ao ano. A título de comparação, na Colômbia esse crescimento foi de 18,6%; na Bolívia, de 17,8%; e no Chile, de 14,4% (BELTRÃO, 2016)).

 

BELTRÃO (2016) afirma que esse crescimento deve-se principalmente, “popularização da banda larga e no advento de uma nova geração de jovens nascidos num ambiente completamente digital”.

 

O que nos permite pensar que, em virtude, das crianças estarem tendo acesso direto, cada vez mais cedo, com a internet, provavelmente terão uma tendência maior para futuramente optem por cursos a distância, elevando, assim, cada vez mais o número de alunos na EaD.

 

Isso acarreta para os órgãos competentes uma responsabilidade bem maior, pois os obriga a continuarem ofertando um condições favoráveis para um ensino de qualidade.

 

 

 

 

REFERÊNCIAS

 

 

ALVES, J. R. M. A história da EAD no Brasil. 2º Capítulo do livro: Educação a Distância o Estado da Arte. LITTO, F. M. e FORMIGA, M. (orgs). São Paulo: Pearson Education, 2009

 

ALVES, Lucineia. Educação a Distância: conceitos e história no Brasil e no mundo – Artigo (10, 2011). Disponível em www.ebah.com.br Acesso 16 nov 2016

 

BELTRÃO, Giovanna. EaD: o cenário do Ensino a Distância no Brasil. Disponível em curseduca.com. Acesso 17 nov 2016

 

CAMPOS, Liliane (Profª Drª).  Cenários da EaD no mundo, no Brasil e na ENFAM: alguns apontamentos. Disponível em enfam.jus.br Acesso 16 nov 2016

 

CARVALHO, Iêda Matos Freire. Aprendizagem Autônoma, Epistemologia Genética e Prática Pedagógica (1994). Disponível em www.abed.org.br Acesso 17 nov 2016

 

CENTA, Sergio Alexandre (2016). A Educação a Distancia no Brasil, uma analise histórica e as tendências do futuro. Disponível em  www.isaebrasil.com.br Acesso 17 nov 2016

 

FARIA, Adriano Antonio. SALVADORI, Ângela.  A Educação a Distância e seu movimento histórico no Brasil. Revista das Faculdades Santa Cruz, v. 8, n. 1, janeiro/junho 2010. Disponível em 16 nov 2016

MOORE, M. e KEARSLEY. Educação a Distância: uma visão integrada. São Paulo: Cengage Learning, 2008.

 

NUNES, I. B. A história da EAD no mundo. 1 Capítulo do livro: Educação a Distância o Estado da Arte. LITTO, F. M. e FORMIGA, M. (orgs). São Paulo: Pearson Education, 2009. Disponível em publicacoes.unigranrio.br Acesso 16 nov 2016

 

SILVA, Antonio Carlos Ribeiro da. Educação a distância e o seu grande desafio: o aluno como sujeito de sua própria aprendizagem (2004). Disponível em www.abed.org.br Acesso 17 nov 2016

 

TORI, R. Educação sem distância: as tecnologias interativas na redução de distâncias em ensino e aprendizagem. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2010. Disponível em publicacoes.unigranrio.br Acesso 16 nov 2016

 

VALENTE, C. MATTAR, J. Second Life e Web 2.0 na Educação: o potencial revolucionário das novas tecnologias. São Paulo: Novatec, 2007

 

VIEIRA, Fábia Magali Santos. Ciberespaço e educação: possibilidades e limites da interação dialógica nos cursos a distância, 2003. Dissertação de Mestrado em

Educação. Faculdade de Educação da Universidade de Brasília – UnB. Brasília, 2003. Disponível em www.enfam.jus.br Acesso 16 nov 2016

 

VILAÇA, Márcio Luiz Corrêa. Educação a Distância e Tecnologias: conceitos, termos e um pouco de história. Vol. 1 Nº.2. UNIGRANRIO, 2010. Disponível em publicacoes.unigranrio.br Acesso 16 nov 2016

 

 

_________________

[1] MACHADO, Liliane Campos (Profª Drª) CENÁRIOS DA EAD NO MUNDO, NO BRASIL E NA ENFAM: alguns apontamentos. Disponível em enfam.jus.br Acesso 16 nov 2016

[2] NUNES, I. B. A história da EAD no mundo. 1 Capítulo do livro: Educação a distância o estado da arte. LITTO, F. M. e FORMIGA, M. (orgs). São Paulo: Pearson Education, 2009. Disponível em Acesso

[3] ALVES, J. R. M. A história da EAD no Brasil. 2º Capítulo do livro: Educação a Distância o Estado da Arte. LITTO, F. M. e FORMIGA, M. (orgs). São Paulo: Pearson Education, 2009. Disponível em publicacoes.unigranrio.br Acesso 16 nov 2016