A EDUCAÇÃO INFANTIL E O DESENVOLVIMENTO
Mirelly Moura Feijó de Figueiredo
*Especialista em Psicopedagogia Institucional e Clínica pela Faculdade Cruzeiro do Sul. E-mail: mire123feijo@gmail.com
RESUMO: A aprendizagem na infância ocorre quando sujeito em formação é estimulado em seu processo de construção de sabres, sendo estas atividades essenciais para suas relações dentro e fora do ambiente escolar. O processo de assimilação das informações na infância passa a ocorrer de forma significativa, quando o docente utiliza recursos lúdicos, estimulando a imaginação da criança. A adequação do espaço físico escolar também influencia no processo de desenvolvimento deste sujeito, o que requer cadeiras, mesas, entre outros recursos que atendam perfil e necessidade deste público. Este trabalho tem como finalidade analisar a Educação Infantil e suas contribuições na formação do indivíduo. O estudo caracteriza-se como pesquisa de cunho bibliográfica, embasado em autores como: Faria (2000), Merege (2010), entre outros.
Palavras – Chaves: Educação. Infância. Aprendizagem.
ABSTRACT: Childhood learning occurs when subject formation is stimulated in your process of building weapons, being these activities essential to their relationships inside and outside the school environment. The process of assimilation of information on childhood passes occur significantly, when the teacher uses recreational resources, stimulating the imagination of the child. The adequacy of school physical space also influences in the development of this subject, which requires chairs, tables, among other features that meet this need and public profile. Purpose of this study is to analyze the children's Education and their contributions in shaping the individual. The study characterized as bibliographical nature research, grounded in authors such as: Faria (2000), Merege (2010), among others.
Key Words: Education. Childhood. Learning.
INTRODUÇÃO
No ambiente escolar têm surgido muitas discussões acerca das possibilidades de aprendizagem frente à atuação docente, os questionamentos envolvem: Como o docente pode trabalhar os contos na Educação Infantil de forma que contribua para a formação social do indivíduo? Quais os procedimentos que podem ser desenvolvidos para manter as crianças concentradas? Estas e outras perguntas são frequentes, em que requer do docente uma postura investigativa, como também ativa no ambiente escolar, propiciando condições para os educandos se desenvolverem.
As possibilidades de aprendizagem na infância são decorrentes das práticas pedagógicas, perante os procedimentos metodológicos desenvolvidos na modalidade de ensino em questão. A sala de aula deve ser um ambiente acolhedor, que permita o educando realizar descobertas, e interagir com os colegas de forma adequada.
A ludicidade envolve a realização de momentos que despertam o interesse na criança em praticar das atividades propostas pelo docente em sala. Assim, a utilização de contos, jogos e brincadeiras são indispensáveis nas práticas pedagógicas na infância.
Este estudo tem como finalidade compreender a prática docente na educação infantil, e as possibilidades de desenvolvimento por meio da utilização do lúdico. O estudo foi desenvolvido por meio de pesquisa bibliográfica realizada em diferentes recortes científicos.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A Educação Infantil
A Educação Infantil – EI apresenta suas particularidades, assim como as demais modalidades de ensino. Esta surgiu da necessidade dos pais em deixarem seus filhos em um espaço voltado para “o cuidar”, para que estes pudessem trabalhar e garantir o sustento da família.
Ao longo dos anos as creches e escolas destinadas para o atendimento de crianças passaram por mudanças em seu funcionamento, em especial após a Lei de Diretrizes e Bases – LDB.
Por sua vez, as atividades realizadas na EI apresentam um roteiro, conforme ressalta Rizzini (1993, p. 43),
Todas as atividades são pré-determinadas, inclusive seu horário, tempo de duração e o espaço a ser ocupado neste momento. Até as horas ditas livres não escapam ao controle institucional que determina o horário de iniciá-las, terminá-las e o espaço que ocuparão. As horas livres de lazer não são de forma alguma um escape à vigilância e ao controle da instituição. Servem aos propósitos do esquadrinhamento ao permitirem a observação e o estudo dos internos nos seus momentos de maior descontração, quando, em tese, aflorariam comportamentos com menos disfarces.
Na EI o docente desenvolve sua prática por meio de um roteiro, envolvendo uma sequencia de atividades a serem desenvolvidas com as crianças, estando presente o cuidar e educar. Durante este período ocorre a primeira apresentação formal do mundo da leitura e da escrita, em que estes são estimulados a terem os primeiros contatos com esses recursos.
Conforme o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil, em que apresenta esta modalidade de ensino, entre os processos que se encontram interligados a esta fase:
Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças, aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural. (BRASIL, 1998, p. 23).
O Cognitivo da criança
Todo indivíduo apresenta suas particularidades em seus processo de desenvolvimento, em que uns se desenvolvem mais rápido e outros necessitam de uma maior tempo para se desenvolverem.
De acordo com as concepções de Piaget, há algumas exigências que caracterizam os estágios no desenvolvimento cognitivo:
1º) todo estágio tem de ser integrador, ou seja, as estruturas elaboradas em determina- todo estágio tem de ser integrador, ou seja, as estruturas elaboradas em determinada etapa devem tornar-se parte integrante das estruturas das etapas seguintes; 2º ) um estágio corresponde a uma estrutura de conjunto que se caracteriza por suas leis de totalidade e não pela justaposição de propriedades estranhas umas às outras; 3º ) um estágio compreende, ao mesmo tempo, um nível de preparação e um nível de acabamento; 4º ) é preciso distinguir, em uma sequência de estágios, o processo de formação ou génese e as formas de equilíbrio final.
O sujeito em formação necessita ser compreendido em suas particularidades, para que possa desenvolver habilidades e competências relevantes para suas vivências. O docente quando leva para sala de aula recursos diferenciados, este passa a incentivar os educandos em seu processo de aprendizagem, como também contribui para identificar as limitações existentes.
O lúdico na infância necessita ser trabalhado com intencionalidade, o docente não pode apenas depositar os brinquedos e jogos no chão para as crianças e não apresentar a finalidade, e estar ao lado para instruir. Assim, a ludicidade ocorre de forma solta, sem fins formativos.
A aprendizagem do sujeito na infância envolve variados fatores, desde a sistematização das atividades, organização do espaço físico, entre outros aspectos.
A adequação do ambiente
Na educação infantil, o espaço físico contribui diretamente no processo de aprendizagem, em que requer a organização e adequação do espaço físico escolar para que o educando seja estimulado em seu processo de desenvolvimento cognitivo.
De acordo com Farias (2000, p. 69- 70),
Uma pedagogia da educação infantil que garanta o direito à infância e o direito a melhores condições de vida para todas as crianças (pobres e ricas, brancas, negras e indígenas, meninos e meninas, estrangeiras e brasileiras, portadoras de necessidades especiais, etc.) deve, necessariamente, partir da nossa diversidade cultural e, portanto, a organização da sociedade, das famílias e prioritariamente das crianças atendendo as especificidades de cada demanda possibilitando identidade cultural e sentido de pertencimento.
As políticas voltadas para educação na infância devem suprir as necessidades do público em questão, como também priorizar a organização do espaço físico, incluindo a diversidade cultural, como também envolva uma prática educativa que atenda a todos.
O educando na infância necessita ser estimulado, para que possa crescer e desenvolver-se de forma significativa, e o docente deve estar preparado e atento durante este processo.
Conforme Farias (2000, p. 70),
As instituições de educação infantil deverão ser espaços que garantam o imprevisto (e não a improvisação) e que possibilitarão o convívio das mais variadas diferenças, apontando para a arbitrariedade as regras (daí o jogo e a brincadeira serem tão importantes, iniciando o exercício da contradição, da provisoriedade e da necessidade de transformações).
Quando a criança encontra-se em um ambiente estimulante, com painéis, livros de contos de fadas, jogos e brinquedos, esta passa a querer compreender o brincar o jogar, sendo este momento uma necessidade da criança, em que desenvolve sua linguagem, capacidade de reflexão, socialização e criatividade.
A valorização do processo de formação do sujeito na infância contribui no desenvolvimento de sua autonomia, da socialização, como também da compreensão acerca dos acontecimentos a sua volta (RUSSO, 2007).
A organização do espaço físico contribui para as relações entre o docente e discente, em que estes possam realizar as atividades de forma adequada, ocorrendo a realização das atividades de forma motivadora, tanto para os educandos, como para o educador.
[...] desde o primeiro dia, não fico andando com a jarra de água na mão: quem tem sede não precisa me pedir água, tem como pegá-la e eu lhe ensino como. Não coloco a merenda como um ritual coletivo tendo eu como celebrante, dando a permissão para começar: a “fome” nestas poucas horas, não além das 11 – e explico a elas o porquê – as crianças escolhem se e quando saciá-la e junto com quem. Ao banheiro não vão em horários fixos porque, para a maior parte das coisas, é necessário somente saber o caminho e eu somente preciso saber quando tenho de providenciar-lhes ajuda. (RUSSO, 2007. p. 3, grifo do autor).
Até mesmo as atividades mais simples devem ser valorizadas em sala de aula, como pro exemplo, organizar os objetos em seus devidos lugares, os educandos passam a ter consciência da necessidade de manter um ambiente organizado e passam a levar consigo este ensinamento repassado em sala de aula. A organização, envolve desde a presença de recursos, como também a orientação no zelar, e assegurar um maior durabilidade.
Formação de valores com utilização dos contos
A prática da narração de histórias não é recente, e vem desde a pré-história. De acordo com Meregen(2010, p. 16):
Desde o surgimento da linguagem, essencial para a cooperação e a sobrevivência dos primeiros grupos de caçadores e coletores, é provável que já houvesse algum tipo de relato, uma troca de informações ao menos, possivelmente fazendo não só o uso da palavra como de outros sons, gestos e mímica. Mais tarde, a linguagem se tornaria cada vez mais elaborada na medida em que o pensamento humano fosse crescendo em complexidade.
Perante este enfoque, a realização de momentos envolvendo os contos, permite compreender a complexidade das relações humanas, em seus desafios e possibilidades de construção de valores, como também adequar-se as necessidades existentes no meio em que vive.
Segundo Merege (2010), antes de existir livros impressos os contos eram repassados oralmente, em que uma pessoa com mais experiência apresentava os contos, como também argumentava a finalidade dele, para que se pudesse ter uma melhor compreensão acerca das informações que estavam sendo repassadas, e que os ouvintes levassem consigo tais ensinamentos. Por sua vez, ainda existem povos que apresentam suas crenças por meio de contos, e que estes atribuem a ensinamentos de povos antigos repassado de geração em geração.
Segundo Coelho (2010, p.75) “foi na França, na segunda metade do século XVII, durante a monarquia absoluta de Luis XIV, o Rei Sol, que se manifestou abertamente a preocupação com uma literatura para crianças ou jovens”. Os contos de fadas são destinados a indivíduos na infância, que atribuem a fase da imaginação, em que é uma forma de permanecerem concentrados, como também aprenderem, e realizarem descobertas, suprindo suas demandas psicológicas.
É relevante que o docente em sala de aula utilize os contos de fadas para que as crianças possam desenvolver uma conduta adequada na sociedade, apresentando os valores e princípios, como forma de propiciar a formação, socialização e desenvolvimento da imaginação destes.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A educação infantil necessita ser compreendida diante de suas particularidades, já que o educando em sala de aula deve ser estimulado durante o desenvolvimento de suas habilidades, sendo as atividades lúdicas a melhor alternativa para este processo.
O lúdico na EI deve ser executado de forma sistematizada, com intencionalidade no desenvolvimento da criança, para que esta possa apropriar-se de informações relevantes, já que, por meio das atividades lúdicas se abre um leque de oportunidades para o progresso intelectual e social do sujeito na infância.
A utilização dos contos de fadas é essencial, para o educando desenvolver sua identidade e imaginação, passando a compreender de forma lúdica o certo do errado, como refletir e criar novos contos, e se relacionar melhor com os demais presentes em seu meio.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional — Lei nº 9.394/96. Brasília: MEC, 1996.
COELHO, N. N. Panorama histórico da literatura/juvenil: das origens indoeuropéias ao Brasil contemporâneo. 5º Edição Barueri, São Paulo: Monole, 2010.
FARIA, A. L. G. O espaço físico como um dos elementos fundamentais para uma pedagogia da educação infantil. In: FARIA, Ana Lucia Goulart de; PALHARES, M. (Org.). Educação infantil pós LDB. Campinas: Autores Associados, 2000.
PIAGET. J. A equilibração das estruturas cognitivas: problema central do desenvolvimento. Rio de Janeiro, Zahar, 1976.
RIZZINI, I. A Criança no Brasil Hoje. Desafio para o Terceiro Milênio. Rio de Janeiro, Ed. Universidade Santa Úrsula, 1993.
RUSSO, D. De como ser professor sem dar aulas na escola da infância. In: GOULART, A. L.; MELLO, S. A.(Org.). Territórios da infância: linguagens, relações e tempos para uma pedagogia para a educação infantil. Araraquara: Junqueira e Marin, 2007.