SABER PARA QUÊ?
Há muitas pessoas que são bem sucedidas num determinado ofício. Trabalham há muito com sua atividade, tendo encontrado alguma estabilidade na vida, de forma a conseguir lograr certo êxito financeiro para educar os filhos e viver confortavelmente. Muito embora não seja pessoa que tenha conhecimentos acadêmicos ou cursos especializados em áreas mais apropriadas ao seu empreendimento, consegue aprender alguma coisa, de maneira empírica, com a experiência adquirida na sua vivência do dia-a-dia.
Há duas maneiras de conhecer. Uma através dos livros, outra através da experiência de vida.
É possível que, o êxito de tais pessoas, possa ser explicado, não por resultados de uma formação universitária, mas por uma perspicácia talentosa que suplanta a baixa escolaridade, mostrando que na vida há outras formas de se obter êxito, por caminhos, muitas vezes alternativos. Claro que não se trata de uma regra, isto é fato. Mas nos serve de reflexão. O conhecimento empírico, que é construído pelo indivíduo durante sua história de vida, em muitas vezes é capaz de agregar respostas às necessidades, que muitas vezes a própria ciência não conseguiria. Muitos são os pesquisadores que recorrem ao conhecimento dos nativos, das pessoas simples e por vezes ditas leigas. Mas sem os quais, suas pesquisas não teriam sucesso.
Mas é claro que, o que se busca na academia são as evidências, sem as quais, não é possível a ciência. Busca-se o doutoramento, como forma de mais e mais conseguir métodos capazes de descrever e tornar mais clara a realidade. Realizamos pesquisas, trabalhos e nos apropriamos do conhecimento, o que também nos abre possibilidades de sucesso profissional e estabilidade pessoal. Portanto. O saber pode ter muitas serventias.
É preciso pois refletirmos. Para que queremos conhecer? Para uma emancipação humana, para intervenção no mundo enquanto sujeitos? ou para uma vaidade pessoal?, para o nosso deleite individual?
Não se imagina o conhecimento, se este não está a serviço de aperfeiçoar nossas condições, de nos tornar pessoas melhores, mais humanas, mais solidárias.
O saber, para fazer sentido, precisa estar a serviço do amor ao próximo.
Gislene Farias de Oliveira
Editora
gislene.farias@urca.br